Publicado em: 02/12/2014 por academia marial de Aparecida
Gilda Carvalho
gilda@puc-rio.br
Ninguém esperou mais pelo Menino que Sua mãe. Durante
nove meses, Maria carregou dentro de si o Salvador e viveu o mistério da
maternidade: gerou vida dentro de si, ao mesmo tempo em que gestava a
Vida. A gravidez de Maria foi o advento plenamente vivido, e podemos,
hoje, vivê-lo em companhia da Mãe de Deus.
Advento, tempo de conversão. Mas, como falar em conversão
naquela que é toda pura e cheia de graça? Em Maria não havia
pecado. Foi concebida imaculada para que seu ventre pudesse abrigar
aquele que trazia em si todo o Bem e todo Amor.
A conversão não está, pois, só no pedido de perdão dos
pecados. Se a entendermos assim, não poderemos jamais aplicá-la à
Maria. A conversão está, também, no sentido de busca do entendimento
contínuo da vontade de Deus.
Na Anunciação, fica claro que Maria não entendia como a
vontade de seu Senhor se concretizaria: questiona o anjo, tenta entender o que
aos olhos humanos era incompreensível – como gerar vida, se ela não conhecia
homem, se era virgem? E o anjo lhe explica como, soprando sobre Ela o Espírito
de Deus que a cobriria de entendimento e adoração, reverenciando desde já a
Vida que nascia dentro de si.
O acompanhar dos episódios que se seguirão a partir daquele
momento de Nazaré é revelador desse desejo de Maria. Ela irá meditar em
seu coração sobre os acontecimentos que marcarão o nascimento do Menino.
Irá acompanhá-Lo em sua caminhada terrena, ajudando-o a crescer em estatura,
conhecimento e graça. E, espantada e sofrida, o assistirá morrer na cruz,
tentando entender a vontade do mundo que matava aquele só havia lhe dado amor.
E entender um Deus que silenciava para depois explodir em glória com o Ressuscitado.
Observar Maria ao longo da vida de Jesus Cristo nos fará
entender como fazer para entendermos a história de um Deus que caminha com a
humanidade. O Criador conhece pelo nome cada uma de suas criaturas.
Mas, às criaturas não é dado todo o conhecimento de seu Criador. Por
isso, a necessidade de saber enxergá-Lo na escuridão, escutá-Lo na turbulência
e senti-Lo quando parece estar longe. E este é também um caminho de
conversão: aquele que nos conduzirá ao encontro do Senhor, através do sair de
nós mesmos para o encontro com aquele que só pode ser visto através do amor e
serviço ao outro. Tal como a Virgem de Nazaré o fez.
Fonte: Amai-vos
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